*Benedito Amônico
Àquela hora, já reinava certa calma no ambiente. Amaioria dos boêmios presentes, devidamente acompanhados, tomava o rumodos quartos, alguns já cerravam as portas. De repente, um carrão parana porta do velho cabaré. Alguém de terno escuro, chapéu meio debanda, desce, adentra o estebelecimento e, em voz alta, diz:"boa-noite a todos!" Alguém reconhece o cantor e solta o grito: "éWaldick!!! Era a voz de Antônio de Toínha. Foi um rebuliço. Omulherio, dos quartos, ouve o grito, joga tudo pro alto e saem, quasetodas, em desabalada carreira para o salão. Antônia Preta, que estavacom Ernesto, pulou a janela que dava para a rua, tentando chegar maisrápido perto do cantor. Nininha, Chica Piston, Rosilda, Maria Preá ,Antonia Pitéu, Maria Pé-de-Louro, Chica Martelo, e mais outras, saemdos quartos, todas querendo ver o cantor. Foi um deus-nos-acuda.Serenados os ânimos , Waldick então pega o violão e começa a cantaralguns dos seus sucessos.
Vale frisar que naquele tempo o cantor era"garoto-propaganda" da Pitu, cachaça ainda hoje famosa, fabricada emVitória de Santo Antão, Pernambuco. A um aceno seu, o motorista fazchegar à mesa três garrafas. Aí a coisa esquentou. O que até hoje nãose sabe é como Moreno de Zé Mariano, fã incondicional de Waldick, tomou conhecimento, lá no Rosário, de sua presença no "Ciço Cego". Ocerto é que lá chegou a tempo de tomar várias doses com seu ídolo esaiu, com se diz, pé-dentro, pé-fora, cambaleando.
Os bolerões de Waldick Soriano eram sucessoabsoluto. As raparigas, quando chateadas por alguma traição de seushomens, bebiam ouvindo-os horas seguidas. Isso mesmo. As pobrezinhastambém são de carne e osso. Agumas mais osso que carne. Se curtiam avoz e a música nos discos, imagine ouvi-lo ali presente.
Moreno chorava de dar pena ouvindo o famosocantor, ali à sua frente, cantar, por exemplo "A Carta", seu maiorsucesso naqueles tempos. Foi demais! Até hoje, muitas daquelas pobresmulheres, todas já com mais de 60 anos, não esquecem o show particulardo velho Waldick Soriano, que nos deixou e foi para o andar de cima.Moreno, que também já foi, deve estar por lá aplaudindo-o e tomandoumas-e-outras.
Benedito Amônico é oeirense
Aconteceu no Cabaré de "Ciço Cego". Já passava das3 horas da madrugada quando Waldick Soriano, rumando na direção deFloriano, após show realizado em Picos, resolve ali parar. Vivia-seos áureos tempos da construção da barragem de Boa Esperança, anossetenta. Ao entrar em Oeiras, pergunta logo a um notívago ondeficava o cabaré, do que foi prontamente informado.
Àquela hora, já reinava certa calma no ambiente. Amaioria dos boêmios presentes, devidamente acompanhados, tomava o rumodos quartos, alguns já cerravam as portas. De repente, um carrão parana porta do velho cabaré. Alguém de terno escuro, chapéu meio debanda, desce, adentra o estebelecimento e, em voz alta, diz:"boa-noite a todos!" Alguém reconhece o cantor e solta o grito: "éWaldick!!! Era a voz de Antônio de Toínha. Foi um rebuliço. Omulherio, dos quartos, ouve o grito, joga tudo pro alto e saem, quasetodas, em desabalada carreira para o salão. Antônia Preta, que estavacom Ernesto, pulou a janela que dava para a rua, tentando chegar maisrápido perto do cantor. Nininha, Chica Piston, Rosilda, Maria Preá ,Antonia Pitéu, Maria Pé-de-Louro, Chica Martelo, e mais outras, saemdos quartos, todas querendo ver o cantor. Foi um deus-nos-acuda.Serenados os ânimos , Waldick então pega o violão e começa a cantaralguns dos seus sucessos.
Vale frisar que naquele tempo o cantor era"garoto-propaganda" da Pitu, cachaça ainda hoje famosa, fabricada emVitória de Santo Antão, Pernambuco. A um aceno seu, o motorista fazchegar à mesa três garrafas. Aí a coisa esquentou. O que até hoje nãose sabe é como Moreno de Zé Mariano, fã incondicional de Waldick, tomou conhecimento, lá no Rosário, de sua presença no "Ciço Cego". Ocerto é que lá chegou a tempo de tomar várias doses com seu ídolo esaiu, com se diz, pé-dentro, pé-fora, cambaleando.
Os bolerões de Waldick Soriano eram sucessoabsoluto. As raparigas, quando chateadas por alguma traição de seushomens, bebiam ouvindo-os horas seguidas. Isso mesmo. As pobrezinhastambém são de carne e osso. Agumas mais osso que carne. Se curtiam avoz e a música nos discos, imagine ouvi-lo ali presente.
Moreno chorava de dar pena ouvindo o famosocantor, ali à sua frente, cantar, por exemplo "A Carta", seu maiorsucesso naqueles tempos. Foi demais! Até hoje, muitas daquelas pobresmulheres, todas já com mais de 60 anos, não esquecem o show particulardo velho Waldick Soriano, que nos deixou e foi para o andar de cima.Moreno, que também já foi, deve estar por lá aplaudindo-o e tomandoumas-e-outras.
Benedito Amônico é oeirense
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